sexta-feira, 23 de outubro de 2020

REFORMA ADMINISTRATIVA: Oficiais de justiça apoiam parecer técnico do Senado Federal sobre “contradições e perigos” da PEC 32/2020


O parecer técnico da consultoria legislativa do Senado Federal contra a Reforma Administrativa prevista na PEC 32/2020, publicado no último dia 08, alerta sobre as contradições e os perigos da Reforma Administrativa que foi enviada ao Congresso Nacional no último mês de setembro. O Sindicato dos Oficiais de Justiça da Bahia (SINDOJUS-BA) concorda e reforça o documento. “Os interesses são diversos: político, empresarial, etc. Não há necessidade de uma PEC para justificar a demissão sem critérios porque já existe lei que demite o servidor que não cumprir com sua obrigação. Basta que se aplique. O que falta é fiscalização da chefia”, avalia o oficial de justiça Itailson Farias, presidente da entidade de classe.

De acordo com Farias, o problema da administração público está na gestão. “Hoje entram para o serviço público pessoas sem qualquer qualificação, indicadas pelo prefeito, governador, presidente, políticos, para ocuparem cargos de chefia sem compromisso com a qualidade do serviço público. O que a PEC prevê é a piora na prestação do serviço prestado”, disse.

Para ele, a sociedade tem que enxergar que o resultado desta PEC será negativo para a população, pois há servidores públicos com atribuições que incomodam. “No caso dos oficiais de justiça, concursados, como vamos cumprir um mandado contra alguém ‘poderoso’ ou rico que pode vir a nos retaliar e pedir nossa demissão?”, questiona.

Em uma análise de 80 páginas (clique aqui), os consultores destacaram que “deve ser considerada a qualidade do serviço prestado e o retorno em atendimento das demandas da sociedade e no balanceamento entre arrecadação e gastos públicos. As distorções devem ser enfrentadas com os instrumentos adequados. Não é razoável promover o desmonte de uma estrutura necessária para que seu funcionamento seja racionalizado”.


Falta de debate 

Além da falta de debate entre o Poder Executivo e os setores da sociedade e do funcionalismo antes da PEC ser redigida e encaminhada ao Congresso, o documento destaca a fraca sustentação da principal justificativa para a reforma: reduzir gastos do Estado com a folha de pagamento de servidores federais. Não há nada no texto da PEC que garanta essa redução. “Essa variável depende das políticas de pessoal de cada governo”, afirma a análise.

Como resultado, foi entregue uma proposta que dá ainda mais poderes ao Presidente da República para extinguir cargos de ministro de Estado, cargos em comissão, cargos de liderança e assessoramento, funções de confiança e gratificações de caráter não permanente, ocupados ou vagos. Caso seja aprovada, conclui a análise, “as consequências da PEC 32/2020 podem ser devastadoras para os cargos públicos - para os funcionários que já ocupam cargos atualmente e para os que ainda ingressarão no serviço público no futuro”.


- Assessoria de Comunicação Sindojus-Ba


SINDOJUS-BA, UNIÃO PELA VALORIZAÇÃO DO OFICIAL DE JUSTIÇA!

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