segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Artigo: Além da terceira via

 

Reprodução Wikimedia Commons

*Por Osenar S. Silva

Quem dera podermos escolher livremente nossos governantes. Oxente! (Oh gente!) Mas não é esse um dos princípios do Estado democrático de direito? De direito sim, mas de fato, está bem longe de ser assim. Claro, que se eu quisesse votar no zelador do meu prédio para senador da República (se candidato fosse), ninguém iria me impedir. Para isso, o sistema eleitoral brasileiro garante, além da liberdade de escolha, o sigilo do voto. Mas então, o que impede o cidadão de votar em quem quer que lhe pareça melhor para lhe representar? Exatamente a noção que se tem do que seja melhor, dada a falta de formação cívica do nosso povo, aliado ao profissionalismo extraordinário dos publicitários contratados pelos candidatos, que utilizam das mais diversas ferramentas científicas, principalmente psicológicas, para atingir o âmago do pensamento do eleitor, na tentativa (quase sempre vitoriosa) de implantar no seu subconsciente a "convicção" do que seja certo.

Para além da manipulação "legítima" por parte das articulações publicitárias, que atinge especialmente os mais intelectualmente desprovidos, o ambiente polarizado em que vivemos, atinge a (quase) todos, inclusive os intelectualmente providos, pois instiga o desejo de não arriscar. Arriscar deixar um permanecer ou o outro voltar. E ainda tem aqueles que optam pela chamada "terceira via" sem grande convicção ideológica, apenas por entender ser a "única opção" para não eleger "nem um, nem outro".

A polarização atualmente instalada no Brasil ainda tem um componente especial: grandes conglomerados de comunicação, cujos protagonistas, volta e meia, esquecem os conceitos aprendidos durante a formação acadêmica, por convicção própria ou por pressão de seus superiores, sabe-se lá os motivos de cada um, e falam aos expectadores como se estivessem sentados em um botequim, com expressões carregadas de opinião. Isenção, neutralidade, profissionalismo, é algo demodê por essas plagas.

Mas, e se pudéssemos analisar os candidatos livremente dessa pressão por um, outro ou até a terceira via? Se pudéssemos comparar cada candidato, seu currículo, seu grupo político? E se os três candidatos principais não existissem? Durante a campanha eleitoral, tem mais voz quem tem maior coligação ou confederação, para falar do conceito partidário novo, implantado nas eleições 22 pela Justiça Eleitoral. Então, como os três principais tem maior exposição e oportunidade de mostrar suas plataformas, que tal passarmos a analisar os demais candidatos para, pelo menos, conhecer suas plataformas? Que tal nos dar essa chance? É o que proponho neste artigo: sem prescindir da análise das três principais candidaturas, passarmos a analisar os perfis dos demais candidatos para, finalmente, decidirmos livremente e com total consciência do poder inerente ao voto, exercer no dia 3 de outubro, a nossa cidadania.

Não pensemos em quem tem chance ou não porque é exatamente isso que a estratégia das principais candidaturas deseja. Em vez disso, lembremos que, no final das contas, é o eleitor quem decide e, se cada eleitor, analisando cada candidato, decidir votar naquele que melhor lhe parecer para governar, estando ele surfando nas pesquisas ou não, é exatamente isso que vai prevalecer. A seguir, os links das candidaturas. Assim, pretendo induzir o leitor eleitor a analisar cada perfil sem a pressão publicitária das principais candidaturas para Presidente da República e Governador. No final, é você quem decide. Boas eleições.


Quem são os candidados à Presidência da República: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2022-08/saiba-quem-sao-os-candidatos-presidencia-nas-eleicoes-2022


Programa dos candidatos: https://noticias.r7.com/eleicoes-2022/conheca-o-programa-de-governo-dos-12-candidatos-a-presidencia-24082022?amp


Candidatos ao Governo da Bahia: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2022-08/saiba-quem-sao-os-candidatos-governador-da-bahia


*Osenar S. Silva é oficial de justiça do TJBA e responsável 
pela Coordenação das Centrais de Mandados e administrador do Sistema CCM.

SINDOJUS-BA, UNIÃO PELA VALORIZAÇÃO DO OFICIAL DE JUSTIÇA! 

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